Como a dor da perda de um filho, também pode colocar em movimento muita energia positiva.
“Eu perdi metade da minha vida naquele momento, foi muito difícil me reconstruir”
Qual é a maior dor que uma pessoa pode sentir? É possível se recuperar após a perda de um filho? Como encontrar um novo sentido para a vida e ir à luta? Como ter energia para continuar vivendo, depois de tanta dor? A Coordenadora de Loja da Pole Modas da Treze de Maio, Patrícia Schroeber, 51 anos, encontrou respostas para todas essas perguntas.
Ela abriu o seu coração para contar sua surpreendente e emocionante história, que envolve a morte do seu filho Gael, na época com 1 ano e meio. “Eu perdi metade da minha vida naquele momento, foi muito difícil me reconstruir”, lembra ela, que também é mãe do Henzo, de 13 anos.
A notícia
“Quando engravidei do Gael eu estava com 47 anos, fui mãe tarde, o Henzo já estava com 10 anos. Ele era um bebê lindo, saudável. Em uma noite, em dezembro de 2019, ele recém tinha adormecido, acordou vomitando e ficou molinho. Eu e meu marido achamos melhor levá-lo no plantão. Foram feitos exames de rotina, e, enquanto aguardávamos os resultados ele faleceu. Naquele momento meu mundo caiu, eu não acreditava no que estava acontecendo”, conta Patrícia.
Seu filho foi diagnosticado com miocardite hipertrófica, uma doença rara, que não costuma dar em bebês. “É uma doença genética, tenho histórico na família. Perdi dois primos e um irmão para essa doença. Ela é muito agressiva e inesperada”, explica.
Desde aquele dia, Patrícia vem travando uma batalha diária para lidar com a dor e o vazio que ficou. “A dor, o vazio, é tão imenso, que a sensação é que não sobrou motivos para continuar”, diz.
Pandemia
Apenas alguns meses depois da perda do Gael, o mundo foi surpreendido por uma pandemia, que obrigou a família de Patrícia a ficar em casa. O que para muitos estava sendo um momento de medo, para eles foi uma oportunidade de retomada.
“Ficamos muito mais próximos, um cuidando do outro. Foi fundamental esse tempo em que fomos obrigados a ficar em casa, pois nos ajudou a fortalecer a nossa base, aprendendo a conviver com a dor, mas principalmente, um lidando com a dor do outro”, conta
Essa energia do lar, do aconchego familiar, da intimidade do casal, foi o caminho encontrado para preencher o vazio que estava no coração de cada um. “É muito comum o casal se separar quando há a perda de um filho. Eu e ele ficamos mais próximos, ele é muito sensível e foi muito parceiro. Assim como o Henzo, que sempre esteve preocupado com a gente, querendo nos animar quando estávamos para baixo, e se permitindo também viver o luto. Aos poucos a vida foi se alinhando”, diz Patrícia.
Rede de apoio
Perder um filho é um movimento antinatural. Nenhuma mãe espera por isso. E quando acontece, é normal a perda do sentido da vida. Mas Patrícia, apesar de todo o seu sofrimento, encontrou inspiração na sua mãe e na sua vó, que também haviam perdido seus filhos e aprenderam a suportar a dor.
“Elas foram minha inspiração na dor. Quando eu pensava que não iria aguentar, lembrava delas e tudo o que viveram, e pensava: se elas conseguiram, eu também vou conseguir”, conta.
Foi necessário também recorrer a muita ajuda. Tanto na terapia, quanto em grupos de apoio e busca pelo autoconhecimento. “Eu me permiti ser ajudada e hoje falo com um entendimento melhor de tudo o que aconteceu. Procuro não fazer planos a longo prazo, aprendi a aproveitar melhor a vida e as pessoas. Faço da minha dor o meu desafio diário”, comenta Patrícia.
Inspiração para outras mulheres
Patrícia escolheu contar a sua história por meio de uma versão otimista e feliz. Não como uma vítima, mas como protagonista para inspirar outras mulheres. “Eu trabalho diretamente com mulheres. Cada uma tem um desafio, uma dor. Quando elas chegam aqui na loja, eu escuto e procuro ser fonte de felicidade. Todas temos os nossos problemas, mas eu entendo que devemos sorrir. Que a vida é bela. É por isso que eu escuto, sento, converso e abraço as minhas clientes, pois sei que independente do tamanho do problema que estão enfrentando, merecem ser cuidadas”.
Ela encontra no seu trabalho uma forma de troca de energias positivas. “Essa troca me faz bem, enquanto estou conversando, estou me ouvindo. Enquanto estou ajudando alguém sorrir, tenho motivos para sorrir. Percebi com tudo isso que me aconteceu que o meu coração é maior do que eu!”, conclui.
Essa história te emocionou? A Patrícia nos inspira a todo dia cultivar essa energia positiva que nos impulsiona a seguir, por mais desafiadora que a vida esteja. E isso é pura energia em movimento! Deixe aqui abaixo, nos comentários, qual energia você tem movimentado na sua vida e como isso tem impactado a vida das outras pessoas! Vamos amar te ouvir!
Texto escrito por Patrícia Janczak - Jornalista, Estrategista Digital e Mentora de Empreendedoras, prestadoras de serviços, que querem deixar de ser irrelevantes para se tornarem autoridade e referência por meio de um posicionamento digital estratégico. @paty.janczak